Com o passar do tempo quando adquirimos experiências e maturidade vamos percebendo que de nada adianta " forçar as situações", muito menos forçar a nós mesmos.
Os melhores resultados sempre chegarão quando fazemos o que oferece-nos prazer , que sai de dentro. Isso não exige esforço à não ser de permanecermos atentos a voz do coração e da intuição enão deixar que sejamos enganados por outras vozes para desviar-nos do nosso caminho, porque por muitas vezes observamos que estamos seguindo a meta desejada e surgem eventos que tira-nos a atenção do foco e paramos ao meio do caminho, e até surge a desistência por medos ou inseguranças que surgem ao percorrer o trajeto do desconhecido e do incerto.
Muitas vezes nosso ego fantasia-se de profissional equilibrado e capaz e ficamos dominados pelo perfeccionismo exagerado, identificamo-nos tanto com o que fazemos a ponto de nossa estima, humor e felicidade ficarem sempre em função de nossas atividades profissionais e resultados. Se os resultados não forem bons, não atenderem nossas expectativas, a frustração chega e toma conta, fechamo-nos para os outros campos da vida e para as pessoas.
Se sentimos que não estamos fluindo na vida pode estar faltando o "tempero" o toque da alma, da essência. Podemos estar envolvidos em atividades que não gostamos e obcecados por objetivos ou missão de vida que não temos identificação.
Perdemos nosso momento, nossa vida, vivendo em um esforço que pensamos que só acabará quando as metas forem atingindas.
Se não conseguirmos atingir os objetivos tão perseguidos, pode ser que não sejam os nossos objetivos verdadeiros, suficientemente profundos para dar sentido para nossa vida, é o vazio que permanece...Buscamos exaustos pelo complemento que nunca encontramos.
Quantas pessoas perdem-se e não conseguem conciliar sua realização profissional com sua familia, filhos e o lar, sentem-se divididos.
Cada coisa em seu momento, só temos desgaste se pretendemos forçar o curso dos acontecimentos.
Nossa busca também deve ser aprender a fluir reconhecendo a esistência do consciente e inconsciente permitindo que eles dialoguem, relacionem-se; asim chegaremos à totalidade de nós mesmos e descobriremos que não somos nada em absoluto. Mas o nada em absoluto é a possibilidade de descobrir-nos a possibilidade de sermos tudo, quando o inconsciente atrai o que realmente precisamos para aprender e crescer. Então surge a "entrega".
Procuremos estar arrodeados de atividades que tenham mais a ver conosco, com nossos potenciais.
Atividades que surgem das nossas mãos vindas do coração e fluem naturalmente, com prazer.
Acho muito interessante a mensagem onde Osho fala-nos do trabalho como meditação, quando existe a entrega em essência :
" Arte é meditação; qualquer atividade torna-se meditação se você perde-se nela. você tem que estar totalmente, arrebatadamente, nela. Completamente perdido, sem saber onde vai, sem saber o que está fazendo, sem saber quem você é. Esse estado de não saber é meditativo, deixe-o acontecer. A tarefa não deve ser realizada, apenas deve permitir que aconteça. Eu não quero dizer que precisa ser preguiçoso, inativo, pois assim nada aconteceria. A atividade precisa tomar conta de você e para isso você tem que estar disposto para a ação , acordado. Estar sempre ativo sem ser um agente."
À princípio pode parecer estranho, contraditório...Mas é a definição da entrega, evitarmos a hiperpreocupação em seguirmos todas as regras programadas e a ânsia pelos resultados. É a necessidade de desenvolvermos nossas polaridades, personalidades. Sem pressa, fluindo com prazer, amor, sensação de realização. Prestar atenção nas atividades que sempre sentimos atração mas que até agora não ousamos levar para frente. Assim nosso trabalho será nossa ferrramenta para ajudar-nos a centrar-nos e equilibrar-nos e a cada dia acharemos nosso sentido da vida.
Não existirão as tensões, os conflitos internos e simplesmente, naturalmente tudo acontece.
A beleza e o prazer manifestam-se.
Trabalhando no que identificamos, no que queremos e como queremos, somos dedicados e eficientes, fluidos e soltos.
Os frutos colhidos do trabalho estarão impregnados da fragrância e da beleza da nossa essência.
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