quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Minha primeira paciente de regressão

Uma senhora, japonesa, 55 anos. Queixava-se de profunda solidão, preferência por ficar em casa, evita lugares com muitas pessoas, muito quieta e calada. Dificuldade de fazer amizades e de se abrir com as pessoas.
Quando a perguntei onde estava, ela relatou : "Numa sala pequena, escura, estou a em pé, muito atento". Perguntei se havia mais alguém com ela,ela respondeu que não, estava só, e  concentrado. Perguntei sobre seus sapatos ele citou botas, sobre vestimentas, ela falou que estava de calças.Pelos adjetivos  masculinos e vestimentas, deduzi que era um homem. Perguntei se ela tinha amigos, ela disse que não pois o seu trabalho exigia horas e horas, e quando saia um pouco da sala era pra lavar seu rosto em um riacho.Ficou difícil descobrir que profissão era   a dela. Perguntava sobre ferramentas, o que tinha nas mãos, ela não dizia nada.Dizia várias vezes que precisava estar atento o tempo todo. Depois de alguns questionamentos a mais, ela me revelou que era espiã e vigiava um campo de concentração, na época do nazismo.Perguntei o que ela via, e nesse momento chorava, virava a cabeça de um lado para o outro, a respiração ofegante e dizia que não mais queria ficar lá. Eu dizia para ela olhar a cena por cima, bem de longe. Ela disse que trabalhava para o governo, certamente um soldado e foi pega pelo país adversário e  torturada até a morte. Eu peguntei se ela desejava continuar lá, ela pediu pra voltar.

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